No cenário global de cibersegurança em 2022, dados da multinacional de cibersegurança Tenable revelam que o Brasil enfrenta desafios significativos. O país foi responsável por quase metade dos 257 terabytes de dados vazados em todo o mundo, o que equivale a 43% do total. Além disso, o Brasil se destaca como o quarto maior alvo de ataques de ransomware, de acordo com a agência de segurança digital SonicWall, e também lidera o ranking global de tentativas de phishing, um tipo de estelionato digital, especialmente através do WhatsApp, conforme apontado pela empresa russa de antivírus Kaspersky.

A implementação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e a criação da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) representam avanços importantes na proteção da privacidade e segurança de dados no Brasil. No entanto, ainda há incertezas quanto à eficácia dessas medidas no contexto brasileiro desde sua implementação.

Nesse cenário, especialistas em cibersegurança levantam a questão da capacidade da ANPD em lidar de forma abrangente com o cibercrime. Muitos argumentam que é necessário estabelecer uma agência especializada em investigação e prevenção de crimes cibernéticos, conforme sugerido por pesquisadores do Centro de Tecnologia e Sociedade da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A distinção entre esses órgãos é clara: a ANPD se concentraria em questões legais e de conformidade, enquanto uma agência de investigação e prevenção de cibercrimes se dedicaria à proteção de sistemas e tecnologias. Ambos têm o objetivo de proteger as pessoas, mas suas abordagens são complementares e fundamentais na luta contínua pela cibersegurança no Brasil.

Os desafios enfrentados pelo Brasil em termos de cibersegurança são significativos, exigindo uma abordagem multifacetada que inclui não apenas medidas legais e de conformidade, mas também uma forte ênfase na proteção ativa de sistemas e tecnologias. A busca por soluções eficazes continua a ser uma prioridade, à medida que o país enfrenta as ameaças crescentes no cenário digital.